sábado, 2 de maio de 2015

A TEXTUALIDADE DO HIPERTEXTO, RELAÇÕES ENTRE TEXTO E HIPERTEXTO, ELEMENTOS DA TEXTUALIDADE DO TEXTO E DO HIPERTEXTO - Encontro 29-04-2015

Neste momento interativo, revisitamos alguns questionamentos sobre o texto Texto e hipertexto: o“hiper” do hipertexto e outras questões, ressaltando semelhanças e diferenças entre texto e hipertexto.


SEMELHANÇAS
DIFERENÇAS
Ø Texto e hipertexto são eventos comunicativos e dotam propósitos discursivos;
Ø No hipertexto, as informações são colocadas em “páginas” e há também um índice;
Ø Aspectos social e estrutural auxiliam na determinação das relações inter e intra-textuais;
Ø Rouet e Levonen (1996) Os textos impressos normalmente trazem índices, gravuras, gráficos, tabelas, notas de rodapé, glossários etc., que permitem ao leitor fazer uma leitura não linear e visam facilitar a compreensão do texto, embora não possam garanti-la;
Ø No tocante à linearidade, não existe uma diferença fundamental entre o texto impresso e o eletrônico, pois a linearidade pode ser introduzida em diferentes graus e níveis em ambos os meios;
Ø Koch (2005), compara, assim como Rouet e Levonen, as notas de rodapé e as referências feitas no texto acadêmico impresso com os links e à liberdade do leitor de um hipertexto, de interromper a leitura no momento em que quiser para ler ou consultar as notas;
Ø Presença de boxes, gráficos, tabelas, fotos e ilustrações aos quais o texto de fundo remete e que o leitor poderá ler para obter uma visão mais completa do que está acontecendo para construir a sua interpretação do fato.
Ø O texto, no hipertexto, não é como um objeto a ser lido palavra por palavra, linha por linha, nem página por página, mas sim como um espaço que o aprendiz pode explorar;
Ø O hipertexto é um texto multimimensional, considerando o texto (impresso) como uma estrutura unidimensional;
Ø As pesquisas sobre textos enfocam como os textos são processados (caráter linguístico) e as pesquisas sobre hipertexto têm se preocupado em estudar como ele pode ser usado (caráter tecnológico);
Ø Se no texto escrito o leitor pode aceitar passivamente a sequência proposta pelo autor, no hipertexto o progresso depende das decisões do leitor, que ainda precisa possuir uma representação mental de como a informação está organizada.
Ø Rouet & Levonen creditam à usabilidade a grande diferença entre texto e hipertexto; para eles, no meio eletrônico é mais fácil para os leitores tirarem vantagem das características não lineares disponíveis, como no caso de leitores com deficiência de vocabulário ou de conhecimento prévio que podem beneficiar-se de graus de não linearidade moderados, como, por exemplo, definições on-line e acesso a informações adicionais enquanto leem, ou seja, a vantagem está na usabilidade.
Ø A diferença entre texto e hipertexto “está apenas no suporte e na forma e rapidez do acesso”. Na realidade, então, o hipertexto permite ao leitor o acesso a uma quantidade praticamente ilimitada de outros textos, a partir de escolhas locais; isto é, “a partir de elementos específicos nele presentes, que se encontram interconectados, embora não necessariamente correlacionados – os hiperlinks”.
Ø A maior quantidade de informações disponíveis devido à presença dos links, à rapidez de acesso às informações e à possibilidade de combinar diversas modalidades impraticáveis no texto impresso;
Ø O hipertexto difere radicalmente do texto impresso, na medida em que oferece ao leitor apenas unidades de informação com possibilidades de trajetórias e loops sem que haja um eixo narrativo ou argumentativo que os relacione entre si de forma sequencial” (Lemke, 2002);
Ø A organização estrutural do hipertexto recupera e expande formas de relações inter e intra-textuais já exploradas nos textos impressos, principalmente os de natureza acadêmica. há uma diferença fundamental: na tela, essas ligações vão além de expansões ou relações secundárias e passam a ser centrais na estruturação do texto;
Ø Presença dos links um aspecto central na definição de hipertexto, e sendo os links, funcionalidades eletrônicas, o hipertexto só existe enquanto texto eletrônico (LANDOW, 1997; SNYDER, 1998);
Ø O hipertexto é essencialmente digital e explora os recursos das modalidades expressivas de forma integrada ou a flexibilidade dos caminhos de acesso.


Alguns desses itens, listados no quadro anterior, foram ratificados num segundo momento, quando elucidamos os elementos da textualidade do texto e do hipertexto, presentes no texto  A Textualidade do Hipertexto. Vejamos:

Os elementos da textualidade do texto:

Ø  Coesão;
Ø  Coerência;
Ø  Intencionalidade
Ø  Aceitabilidade
Ø  Situacionalidade
Ø  Intertextualidade
Ø  Informatividade

Os elementos da textualidade do hipertexto:
Ø  Intertextualidade;
Ø  Informatividade;
Ø  Situacionalidade;
Ø  Topicidade;
Ø  Relevância;
Ø  Coerência.

Texto e hipertexto

Semelhanças
Diferenças
Na condição de um texto digital que possui links, o hipertexto não apenas serve de suporte textual como o texto impresso, mas ainda apresenta elementos comuns ao texto impresso:
Ø  Intertextualidade;
Ø  Informatividade;
Ø  Situacionalidade;
Ø  Coerência;
Ø  Topicidade.
Como o hipertexto possui algumas diferenças, haverá algumas implicações, embora os elementos citados apareçam em ambos (texto e hipertexto).
Ø No hipertexto, a inter-relação entre textos dá-se não só pela indicação nas notas de rodapé, ao longo do texto, nas referências, como também na íntegra (levando o leitor a outro texto, ao longo da leitura, por meio de links);
Ø O hipertexto é o texto multidimensional, considerando-se o texto (impresso) como uma estrutura unidimensional;
Ø O texto tem como suporte o meio impresso (livros, revistas) ou meio eletrônico/digital, mas sem a presença de links;
Ø No hipertexto, a intertextualidade é mais explícita e incisiva, sobretudo pelo diálogo estabelecido com outros textos;
Ø No hipertexto, as associações ocorrem por intermédio dos links internos e externos e de forma não linear;
Ø A disposição tipográfica dos textos digitais/hipertextos é fator determinante para a construção do sentido e para a coerência hipertextual, isto é, o acesso às ramificações deve ser rápido e seguro, de modo que não interfira no sentido do hipertexto e em sua continuidade tópica;
Ø Caráter diferenciador da topicidade no hipertexto, a qual constrói relações de variados tipos, as quais dependem do contexto e contexto;
Ø Noção de contexto acentuadamente modificada no hipertexto (multidimensional), devido à impossibilidade de visualizar a totalidade do texto dentro dos limites da tela;
Ø O hipertexto dispõe de links e é exclusivamente eletrônico.


Outras questões que foram ressaltadas/revisitadas, no texto Hipertexto, definição, definição e característicase que merecem destaque referem-se ao conceito de hipertexto, aos tipos de hipertexto, suas características e modelos hipertextuais, bem como à importância da leitura e produção de hipertextos no ambiente acadêmico/escolar, de forma que o leitor vivencie as múltiplas possibilidades hipertextuais.


3- O que são hipertextos abertos e fechados? Exemplifique.

Os hipertextos são considerados abertos, quando seus links apontam para documentos (textos, imagens, arquivos de áudio e vídeo) distribuídos em servidores distintos, como é o caso da web, genericamente falando; são considerados fechados, quando todo o conteúdo se encontra armazenado numa única unidade de armazenamento e não pode ser alterado. É o caso do CD-ROM – Compact Disc – Reading Only Memory – Disco Compacto – Memória Apenas para Leitura – e de programas hipertextuais feitos no Word e no Power Point, por exemplo, quando off-line, ou ainda quando os documentos estão no próprio computador.

4- Quais são os modelos de hipertexto que o autor comenta? Obtenha, na internet, exemplos de cada modelo e comente sobre sua pesquisa (dificuldades e facilidades).

O modelo sequencial ou linear é o que mais se aproxima dos textos impressos. Nele, o percurso de leitura é linear e, no máximo, bidirecional, isto é, o leitor pode apenas ir e voltar sequencialmente, texto a texto. Nesse caso, para ler o terceiro documento, o leitor tem que passar pelos dois primeiros e, por outro lado, pode não ser proveitoso começar a ler pelo terceiro documento, pois as informações nele contidas pressupõem a leitura dos dois documentos anteriores. Observe a representação desse modelo:



No modelo hierárquico, há uma entrada principal para o documento e, através dela, o leitor tem acesso a vários arquivos num mesmo nível hierárquico (no modelo sequencial). O acesso ao nível hierárquico subsequente só é possível a partir do nível imediatamente anterior. Veja a representação desse modelo:



O modelo reticulado permite maior liberdade de acesso, porém não integra todos os documentos. Nesse modelo, alguns documentos só podem alcançados por intermédio de outros. Segue um exemplo desse modelo:



O modelo em rede é descentralizado e não é hierárquico; neste modelo todos os documentos podem ser acessados a partir de qualquer ponto. Na verdade, esse modelo é o mais idealizado de todos, isto é, o menos real, uma vez que os sistemas hipertextuais tenderão sempre a ter documentos em ordens hierárquicas diferentes, pois a menos que seja um hipertexto muito enxuto, isto é, com poucos documentos, não há por que linkar tudo a tudo, embora teoricamente isso seja possível. O exemplo a seguir o caracteriza:



5- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para as ciências linguísticas?

A importância dá-se por investigar as inúmeras possibilidades de análise dos hipertextos, elucidar aspectos linguísticos de que os gêneros digitais dispõem, bem como acompanhar a evolução dos gêneros textuais/discursivos.

6- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para o ensino da leitura e da escrita de hipertextos?

Possibilitar o acesso às várias ferramentas hipertextuais, por meio da criação de estratégias que garantam a compreensão do leitor e auxiliem na construção/escrita de textos multimodais e linkados.

7- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para o desenvolvimento das habilidades de leitura de hipertextos?

Orientar a leitura dos hipertextos e garantir o acesso a determinadas informações no texto que contribuam para construir o sentido no ambiente digital, sobretudo por haver aumento de leitura nos meios digitais que portam textos linkados.

8- Qual deve ser o papel da escola com relação ao ensino da leitura e da produção de hipertextos?
Estimular a leitura de hipertextos e tornar efetiva a sua produção por parte dos alunos. Isso mostrará outras possibilidades de aprendizagem e de acesso ao conhecimento. Para tanto, o professor também precisa repensar sua prática pedagógica e incorporar/viver as possibilidades hipertextuais em seu cotidiano. 

sábado, 25 de abril de 2015

A TEXTUALIDADE DO HIPERTEXTO Encontro 22-04-2015

Este momento interativo foi responsável pela abordagem do texto A textualidade do hipertexto, elucidando algumas perspectivas de Koch (2005) sobre a noção de texto e trazendo as categorias hipertextuais, relacionando-as com as textuais. 
Uma reflexão importante sobre o hipertexto, a que este texto remete, está relacionada a algumas de suas categorias: a coerência e a topicidade. Ainda que a coerência entre os textos materialize-se por meio de links e de forma não linear, é preciso observar se a coerência se intensifica, à medida que os links vão sendo acessados, e ocorre de forma gradual. Além disso, a topicidade ou continuidade tópica, temática e semântica são relevantes e propõem boas discussões e análises no âmbito linguístico. Assim, caso os hipertextos não sejam marcados por uma continuidade tópica temática, isso afetará o sentido do hipertexto e, consequentemente, o grau de coerência deste, se assim pudermos denominar. Não basta produzir um texto multimodal, visual, é preciso que a inter-relação entre as informações sejam passíveis de sentido, possibilitando a compreensão dos hipertextos pelo leitor. Isso ajuda a garantir a aceitabilidade, categoria que não é evidenciada dentre as hipertextuais, mas que nos mostra a sua imprescindibilidade nesse contexto. Se o hipertexto apresenta um grau de informatividade baixo, o leitor pode desistir de explorar os links. Do mesmo modo, se o texto não mantém um encadeamento lógico, paralelismo semântico, continuidade tópica temática, o leitor pode não dar credibilidade às informações contidas no hipertexto e isso pode afetar sua aceitação por parte do leitor. Assim, o grau de aceitabilidade pode variar de acordo com a informatividade.
As questões que subsidiaram a leitura do texto já citado foram:


1-      Quais as visões de texto e de leitor comentador por Koch? Em qual você mais se encaixa como leitor(a)? E como professor(a)?

1.      Para uma visão de língua como representação do pensamento – sujeito senhor de suas ações e de seu dizer – o texto é visto como um produto lógico – do pensamento (representação mental) do autor, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte, senão “captar” essa representação mental, juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor, cabendo-lhe, assim, um papel essencialmente passivo.
2.      Numa outra visão, a de língua como código e, portanto, como mero instrumento de comunicação – de sujeito como (pre) determinado pelo sistema; o texto é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando para este o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explícito. O leitor é um “decodificador” passivo.
3.      Já para a concepção interacional (dialógica) de língua, Koch (2005) nos diz que nela os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente - nele se constroem e são construídos.

Conforme o objetivo proposto e segundo o texto elencado, as três visões podem ser incorporadas em minha prática leitora. Enquanto professor, posso utilizar uma metodologia embasada nas visões 1 e 3, sobretudo quando a aula é expositiva e dialogada. É importante flexibilizar o uso dessas três visões para atender não apenas às nossas necessidades, mas ainda às necessidades de nossos alunos.

2-      É possível estudar o hipertexto como discurso (3ª. Perspectiva mencionada por Koch)? Quais as implicações?

Certamente. Quando escrevemos ou redigimos um texto, sempre o fazemos com um propósito comunicativo e esse propósito torna-se possível à medida que o outro pode, de alguma forma, dialoga com aquilo que é posto. Ainda que o diálogo entre produtor textual e leitor não sejam diretos, o texto é um evento comunicativo, estabelece as relações sociais e, nesse sentido, o dialogismo é construído pelos interlocutores. Do mesmo modo, o hipertexto comunica, interage, faz-nos interagir, tem um propósito discursivo, principalmente por suas múltiplas linguagens, pela multimodalidade, plasticidade e dinamicidade de que os gêneros digitais dispõem.

3-      Quantos e quais são os elementos de textualidade de um texto impresso e como eles se relacionam, teoricamente, com o hipertexto? Faça um quadro que mostre essas relações e acrescente seus comentários.

Os elementos da textualidade do texto:

Ø  Coesão;
Ø  Coerência;
Ø  Intencionalidade
Ø  Aceitabilidade
Ø  Situacionalidade
Ø  Intertextualidade
Ø  Informatividade

Os elementos da textualidade do hipertexto:

Ø  Intertextualidade;
Ø  Informatividade;
Ø  Situacionalidade;
Ø  Topicidade;
Ø  Relevância;
Ø  Coerência.

Texto e hipertexto

Semelhanças
Diferenças
Na condição de um texto digital que possui links, o hipertexto não apenas serve de suporte textual como o texto impresso, mas ainda apresenta elementos comuns ao texto impresso:
Ø  Intertextualidade;
Ø  Informatividade;
Ø  Situacionalidade;
Ø  Coerência;
Ø  Topicidade.
Como o hipertexto possui algumas diferenças, haverá algumas implicações, embora os elementos citados apareçam em ambos (texto e hipertexto).
Ø No hipertexto, a inter-relação entre textos dá-se não só pela indicação nas notas de rodapé, ao longo do texto, nas referências, como também na íntegra (levando o leitor a outro texto, ao longo da leitura, por meio de links);
Ø O hipertexto é o texto multidimensional, considerando-se o texto (impresso) como uma estrutura unidimensional;
Ø O texto tem como suporte o meio impresso (livros, revistas) ou meio eletrônico/digital, mas sem a presença de links;
Ø No hipertexto, a intertextualidade é mais explícita e incisiva, sobretudo pelo diálogo estabelecido com outros textos;
Ø No hipertexto, as associações ocorrem por intermédio dos links internos e externos e de forma não linear;
Ø A disposição tipográfica dos textos digitais/hipertextos é fator determinante para a construção do sentido e para a coerência hipertextual, isto é, o acesso às ramificações deve ser rápido e seguro, de modo que não interfira no sentido do hipertexto e em sua continuidade tópica;
Ø Caráter diferenciador da topicidade no hipertexto, a qual constrói relações de variados tipos, as quais dependem do contexto e contexto;
Ø Noção de contexto acentuadamente modificada no hipertexto (multidimensional), devido à impossibilidade de visualizar a totalidade do texto dentro dos limites da tela;
Ø O hipertexto dispõe de links e é exclusivamente eletrônico.


sábado, 11 de abril de 2015

HIPERTEXTO: DEFINIÇÃO, TIPOLOGIA E CARACTERÍSTICAS Encontro 08-04-2014

A proposta de outro texto, intitulado Hipertexto: definição, tipologia e características, centra-se em esclarecer o conceito de hipertexto, sua tipologia, bem como os modelos hipertextuais que regem a estrutura do hipertexto e sua flexilidade de navegação. A leitura foi guiada pelos seguintes questionamentos, que trazem algumas reflexões voltadas à importância da leitura e escrita de hipertextos, no espaço acadêmico/escolar.

1- Qual é a definição de hipertexto adotada pelo autor?

O hipertexto pode ser entendido como um texto exclusivamente virtual que possui como elemento central a presença de links.

2- Qual a discussão terminológica em relação a “texto” e “documento”? Há outras questões terminológicas que você poderia inserir nessa discussão? Quais?

Pode-se dizer que ainda não existe um consenso entre os linguistas sobre o que define um “texto”, ou que as definições possíveis são um tanto complicadas, enquanto que para a informática, o caso está melhor resolvido, uma vez que a definição do termo veio com seu uso: documentos são os arquivos que manipulamos e que podem estar em nosso computador ou em qualquer lugar da Web.

3- O que são hipertextos abertos e fechados? Exemplifique.

Os hipertextos são considerados abertos, quando seus links apontam para documentos (textos, imagens, arquivos de áudio e vídeo) distribuídos em servidores distintos, como é o caso da web, genericamente falando; são considerados fechados, quando todo o conteúdo se encontra armazenado numa única unidade de armazenamento e não pode ser alterado. É o caso do CD-ROM – Compact Disc – Reading Only Memory – Disco Compacto – Memória Apenas para Leitura – e de programas hipertextuais feitos no Word e no Power Point, por exemplo, quando off-line, ou ainda quando os documentos estão no próprio computador.

4- Quais são os modelos de hipertexto que o autor comenta? Obtenha, na internet, exemplos de cada modelo e comente sobre sua pesquisa (dificuldades e facilidades).

O modelo sequencial ou linear é o que mais se aproxima dos textos impressos. Nele, o percurso de leitura é linear e, no máximo, bidirecional, isto é, o leitor pode apenas ir e voltar sequencialmente, texto a texto. Nesse caso, para ler o terceiro documento, o leitor tem que passar pelos dois primeiros e, por outro lado, pode não ser proveitoso começar a ler pelo terceiro documento, pois as informações nele contidas pressupõem a leitura dos dois documentos anteriores. Observe a representação desse modelo:


No modelo hierárquico, há uma entrada principal para o documento e, através dela, o leitor tem acesso a vários arquivos num mesmo nível hierárquico (no modelo sequencial). O acesso ao nível hierárquico subsequente só é possível a partir do nível imediatamente anterior. Veja a representação desse modelo:




O modelo reticulado permite maior liberdade de acesso, porém não integra todos os documentos. Nesse modelo, alguns documentos só podem alcançados por intermédio de outros. Observe:






O modelo em rede é descentralizado e não é hierárquico; neste modelo todos os documentos podem ser acessados a partir de qualquer ponto. Na verdade, esse modelo é o mais idealizado de todos, isto é, o menos real, uma vez que os sistemas hipertextuais tenderão sempre a ter documentos em ordens hierárquicas diferentes, pois a menos que seja um hipertexto muito enxuto, isto é, com poucos documentos, não há por que linkar tudo a tudo, embora teoricamente isso seja possível. O exemplo a seguir caracteriza esse modelo:




5- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para as ciências linguísticas?

A importância dá-se por investigar as inúmeras possibilidades de análise dos hipertextos, elucidar aspectos linguísticos de que os gêneros digitais dispõem, bem como acompanhar a evolução dos gêneros textuais/discursivos.

6- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para o ensino da leitura e da escrita de hipertextos?

Possibilitar o acesso às várias ferramentas hipertextuais, por meio da criação de estratégias que garantam a compreensão do leitor e auxiliem na construção/escrita de textos multimodais e linkados.

7- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para o desenvolvimento das habilidades de leitura de hipertextos?

Orientar a leitura dos hipertextos e garantir o acesso a determinadas informações no texto que contribuam para construir o sentido no ambiente digital, sobretudo por haver aumento de leitura nos meios digitais que portam textos linkados.

8- Qual deve ser o papel da escola com relação ao ensino da leitura e da produção de hipertextos?

Estimular a leitura de hipertextos e tornar efetiva a sua produção por parte dos alunos. Isso mostrará outras possibilidades de aprendizagem e de acesso ao conhecimento. Para tanto, o professor também precisa repensar sua prática pedagógica e incorporar/viver as possibilidades hipertextuais em seu cotidiano. 

TEXTO E HIPERTEXTO: O “HIPER” DO HIPERTEXTO E OUTRAS QUESTÕES - Encontro 08-04-2015

Neste momento interativo, continuamos a discussão sobre o contexto histórico do hipertexto, cujo texto intitula-se Breve histórico do hipertexto. Em seguida, propomos uma nova discussão acerca do texto Texto e hipertexto: o "hiper" do hipertexto e outras questões. Este último texto não apenas propõe uma discussão acerca do hipertexto como objeto da Linguística, mas ainda sua produção, recepção e sua usabilidade, bem como relações entre texto e hipertexto. Os questionamentos a seguir nortearam a leitura do referido texto que, por sua vez, promoveram reflexões que se encontram ao final dessas questões norteadoras.

1- Qual a motivação do autor para propor um estudo sobre o “hiper” do hipertexto, ou seja, o que o autor pretende com o texto?

Propor uma discussão acerca do hipertexto como objeto da Linguística, sua produção, recepção e sua usabilidade.

2- Quais questões o autor discute? Enumere-as e comente-as, dando sua opinião e acrescentando ou refutando seus argumentos.
·         O hipertexto como objeto de estudo da Linguística;
·         Características linguísticas do hipertexto;
·         O hiper- do hipertexto: o uso do termo hipertexto;
·         Algumas categorias hipertextuais;
·         Relação entre texto e hipertexto: semelhanças e diferenças.

O referido trabalho busca esclarecer algumas questões centrais que contribuem para o surgimento de novas discussões e pesquisas acerca do hipertexto sob a égide da Linguística textual. Inicialmente, convém ressaltar que o hipertexto, como objeto de estudo da Linguística, permite o estudo de novas categorias, sob outros vieses, com múltiplos olhares.
O termo hipertexto faz jus a essa flexibilidade e dinamicidade, pois o leitor dialoga com um texto multimodal, que pode ser visto sob várias dimensões. Além disso, são especificidades linguísticas que permitem enquadrar o hipertexto, texto virtual que porta links, no âmbito da LT.
Quanto à relação entre texto e hipertexto, compactuo com a concepção de Braga (2004a), pois o texto e o hipertexto, na verdade, complementam-se, imbricam-se; a diferença dá-se pelas inúmeras possibilidades de leitura oferecidas por meio dos links. As categorias hipertextuais comprovam essa afirmativa, considerando que coerência, continuidade tópica temática e semântica, a não linearidade, dentre outras, podem ser observadas não só no hipertexto, como também no texto.

3- Quais os autores/obras que ajudam o autor a fundamentar sua argumentação? É possível fazer um quadro seguindo critérios de posicionamento de cada um deles?
Os autores que contribuíram para a fundamentação da argumentação do autor são:

·         Braga e Ricarte (2005) propõem uma explicação para a abrangência conceitual do termo hipertexto, lembrando que ele surge de conceitos técnicos de recuperação de arquivos digitais viabilizada por linguagens como o HTML e o XML e não de reflexões linguísticas;
·         Perfetti (1996) faz uma discussão sobre o uso do prefixo hiper- em hipertexto;
·         Silva (2003), Rada (1991), Santaella (2007) remetem-se a ideia de o hipertexto ser superior ou melhor do que o texto impresso;
·         Miall (1994) aborda a questão da leitura de hipertextos, salientando que o ponto de partida é o conhecimento do leitor e os processos psicológicos que embasam a leitura e escrita;
·         Rouet e Levonen (1996) e Koch (2005) propõem um estudo entre as especificidades do texto e do hipertexto (semelhanças e diferenças);
·         Lemke (2002) aponta diferenças entre o texto e o hipertexto;
·         Braga, Marcuschi, Xavier, Coscarelli que instigam os estudos sobre hipertexto;
·         Marcuschi (2006) diz que o hipertexto não é um fenômeno do meio estritamente eletrônico ou exclusivamente do mundo digital;
·         Braga (2004a) diz que o hipertexto é uma continuidade do texto impresso e que a diferença fundamental dá-se pela presença de links;
·         Para Landow (1997) e Snyder (1998), o hipertexto só existe enquanto texto eletrônico;
·         Para Braga (2005), o hipertexto é o produto de uma nova modalidade linguística no meio digital que está sujeito aos limites e possibilidades inerentes ao meio, o que não descarta as semelhanças, mas enfatiza a nova modalidade da comunicação feita exclusivamente para o meio digital.
Dentre outros que, possivelmente, serviram com uma leitura complementar.

4- Qual a crítica que o autor faz a respeito das mudanças de foco nas pesquisas sobre hipertexto e sobre os modismos acadêmicos?

Como o hipertexto eletrônico surgiu a partir das potencialidades da informática, muitas das tentativas de caracterizá-lo costumam relacionar-se a conceitos técnicos e à sua usabilidade, deixando de lado suas características linguísticas, quando não se preocupam em chamar a atenção para suas “possibilidades inovadoras.” Além disso, faz-se certa confusão de suas particularidades linguísticas com sua usabilidade, de sua produção (design) com sua recepção (leitura e construção de sentidos).

5- O que ou em que as pesquisas na área de Linguística Aplicada e Linguística de Texto deveriam se ater para estudar o hipertexto? Quais questões estão em aberto, segundo o autor?

Deveriam se ater à possibilidade de entender o hipertexto como objeto de estudo da Linguística, à relação entre texto e hipertexto, às questões voltadas à coerência, à usabilidade em hipertextos. É salutar rediscutir e rever algumas posições acerca dos conceitos de texto, textualidade, intra e intertextualidade, produção de sentido e produção escrita que, em alguns casos, nem sequer estavam perfeitamente elaboradas e concluídas no âmbito do texto tradicional. É necessário que haja ainda muitas discussões, estudos e, especialmente, experimentos na área de leitura e escrita em ambientes pedagógicos ou não, para que possamos compreender melhor o hipertexto e como se dão os processos de autoria e, de construção de sentido.

6- É possível fazer um quadro entre as semelhanças e diferenças entre texto e hipertexto? Discuta essa possibilidade e proponha um quadro. Acrescente uma coluna com suas próprias observações e comentários a respeito de cada item.

Sim.

SEMELHANÇAS
DIFERENÇAS
Ø Texto e hipertexto são eventos comunicativos e dotam propósitos discursivos;
Ø No hipertexto, as informações são colocadas em “páginas” e há também um índice;
Ø Aspectos social e estrutural auxiliam na determinação das relações inter e intra-textuais;
Ø Rouet e Levonen (1996) Os textos impressos normalmente trazem índices, gravuras, gráficos, tabelas, notas de rodapé, glossários etc., que permitem ao leitor fazer uma leitura não linear e visam facilitar a compreensão do texto, embora não possam garanti-la;
Ø No tocante à linearidade, não existe uma diferença fundamental entre o texto impresso e o eletrônico, pois a linearidade pode ser introduzida em diferentes graus e níveis em ambos os meios;
Ø Koch (2005), compara, assim como Rouet e Levonen, as notas de rodapé e as referências feitas no texto acadêmico impresso com os links e à liberdade do leitor de um hipertexto, de interromper a leitura no momento em que quiser para ler ou consultar as notas;
Ø Presença de boxes, gráficos, tabelas, fotos e ilustrações aos quais o texto de fundo remete e que o leitor poderá ler para obter uma visão mais completa do que está acontecendo para construir a sua interpretação do fato.
Ø O texto, no hipertexto, não é como um objeto a ser lido palavra por palavra, linha por linha, nem página por página, mas sim como um espaço que o aprendiz pode explorar;
Ø O hipertexto é um texto multimimensional, considerando o texto (impresso) como uma estrutura unidimensional;
Ø As pesquisas sobre textos enfocam como os textos são processados (caráter linguístico) e as pesquisas sobre hipertexto têm se preocupado em estudar como ele pode ser usado (caráter tecnológico);
Ø Se no texto escrito o leitor pode aceitar passivamente a sequência proposta pelo autor, no hipertexto o progresso depende das decisões do leitor, que ainda precisa possuir uma representação mental de como a informação está organizada.
Ø Rouet & Levonen creditam à usabilidade a grande diferença entre texto e hipertexto; para eles, no meio eletrônico é mais fácil para os leitores tirarem vantagem das características não lineares disponíveis, como no caso de leitores com deficiência de vocabulário ou de conhecimento prévio que podem beneficiar-se de graus de não linearidade moderados, como, por exemplo, definições on-line e acesso a informações adicionais enquanto leem, ou seja, a vantagem está na usabilidade.
Ø A diferença entre texto e hipertexto “está apenas no suporte e na forma e rapidez do acesso”. Na realidade, então, o hipertexto permite ao leitor o acesso a uma quantidade praticamente ilimitada de outros textos, a partir de escolhas locais; isto é, “a partir de elementos específicos nele presentes, que se encontram interconectados, embora não necessariamente correlacionados – os hiperlinks”.
Ø A maior quantidade de informações disponíveis devido à presença dos links, à rapidez de acesso às informações e à possibilidade de combinar diversas modalidades impraticáveis no texto impresso;
Ø O hipertexto difere radicalmente do texto impresso, na medida em que oferece ao leitor apenas unidades de informação com possibilidades de trajetórias e loops sem que haja um eixo narrativo ou argumentativo que os relacione entre si de forma sequencial” (Lemke, 2002);
Ø A organização estrutural do hipertexto recupera e expande formas de relações inter e intra-textuais já exploradas nos textos impressos, principalmente os de natureza acadêmica. há uma diferença fundamental: na tela, essas ligações vão além de expansões ou relações secundárias e passam a ser centrais na estruturação do texto;
Ø Presença dos links um aspecto central na definição de hipertexto, e sendo os links, funcionalidades eletrônicas, o hipertexto só existe enquanto texto eletrônico (LANDOW, 1997; SNYDER, 1998);
Ø O hipertexto é essencialmente digital e explora os recursos das modalidades expressivas de forma integrada ou a flexibilidade dos caminhos de acesso.

7- Acrescente seus comentários, dúvidas e interesses nesse guia de leitura.
Vale ressaltar que os estudos de hipertexto permitem novos enfoques, segundo a perspectiva da Linguística textual. As categorias hipertextuais e as especificidades linguísticas do hipertexto podem expandir a Ciência da linguagem e mostrar que as linhas que separam texto e hipertexto são muito tênues.