sábado, 25 de abril de 2015

A TEXTUALIDADE DO HIPERTEXTO Encontro 22-04-2015

Este momento interativo foi responsável pela abordagem do texto A textualidade do hipertexto, elucidando algumas perspectivas de Koch (2005) sobre a noção de texto e trazendo as categorias hipertextuais, relacionando-as com as textuais. 
Uma reflexão importante sobre o hipertexto, a que este texto remete, está relacionada a algumas de suas categorias: a coerência e a topicidade. Ainda que a coerência entre os textos materialize-se por meio de links e de forma não linear, é preciso observar se a coerência se intensifica, à medida que os links vão sendo acessados, e ocorre de forma gradual. Além disso, a topicidade ou continuidade tópica, temática e semântica são relevantes e propõem boas discussões e análises no âmbito linguístico. Assim, caso os hipertextos não sejam marcados por uma continuidade tópica temática, isso afetará o sentido do hipertexto e, consequentemente, o grau de coerência deste, se assim pudermos denominar. Não basta produzir um texto multimodal, visual, é preciso que a inter-relação entre as informações sejam passíveis de sentido, possibilitando a compreensão dos hipertextos pelo leitor. Isso ajuda a garantir a aceitabilidade, categoria que não é evidenciada dentre as hipertextuais, mas que nos mostra a sua imprescindibilidade nesse contexto. Se o hipertexto apresenta um grau de informatividade baixo, o leitor pode desistir de explorar os links. Do mesmo modo, se o texto não mantém um encadeamento lógico, paralelismo semântico, continuidade tópica temática, o leitor pode não dar credibilidade às informações contidas no hipertexto e isso pode afetar sua aceitação por parte do leitor. Assim, o grau de aceitabilidade pode variar de acordo com a informatividade.
As questões que subsidiaram a leitura do texto já citado foram:


1-      Quais as visões de texto e de leitor comentador por Koch? Em qual você mais se encaixa como leitor(a)? E como professor(a)?

1.      Para uma visão de língua como representação do pensamento – sujeito senhor de suas ações e de seu dizer – o texto é visto como um produto lógico – do pensamento (representação mental) do autor, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte, senão “captar” essa representação mental, juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor, cabendo-lhe, assim, um papel essencialmente passivo.
2.      Numa outra visão, a de língua como código e, portanto, como mero instrumento de comunicação – de sujeito como (pre) determinado pelo sistema; o texto é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando para este o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explícito. O leitor é um “decodificador” passivo.
3.      Já para a concepção interacional (dialógica) de língua, Koch (2005) nos diz que nela os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que – dialogicamente - nele se constroem e são construídos.

Conforme o objetivo proposto e segundo o texto elencado, as três visões podem ser incorporadas em minha prática leitora. Enquanto professor, posso utilizar uma metodologia embasada nas visões 1 e 3, sobretudo quando a aula é expositiva e dialogada. É importante flexibilizar o uso dessas três visões para atender não apenas às nossas necessidades, mas ainda às necessidades de nossos alunos.

2-      É possível estudar o hipertexto como discurso (3ª. Perspectiva mencionada por Koch)? Quais as implicações?

Certamente. Quando escrevemos ou redigimos um texto, sempre o fazemos com um propósito comunicativo e esse propósito torna-se possível à medida que o outro pode, de alguma forma, dialoga com aquilo que é posto. Ainda que o diálogo entre produtor textual e leitor não sejam diretos, o texto é um evento comunicativo, estabelece as relações sociais e, nesse sentido, o dialogismo é construído pelos interlocutores. Do mesmo modo, o hipertexto comunica, interage, faz-nos interagir, tem um propósito discursivo, principalmente por suas múltiplas linguagens, pela multimodalidade, plasticidade e dinamicidade de que os gêneros digitais dispõem.

3-      Quantos e quais são os elementos de textualidade de um texto impresso e como eles se relacionam, teoricamente, com o hipertexto? Faça um quadro que mostre essas relações e acrescente seus comentários.

Os elementos da textualidade do texto:

Ø  Coesão;
Ø  Coerência;
Ø  Intencionalidade
Ø  Aceitabilidade
Ø  Situacionalidade
Ø  Intertextualidade
Ø  Informatividade

Os elementos da textualidade do hipertexto:

Ø  Intertextualidade;
Ø  Informatividade;
Ø  Situacionalidade;
Ø  Topicidade;
Ø  Relevância;
Ø  Coerência.

Texto e hipertexto

Semelhanças
Diferenças
Na condição de um texto digital que possui links, o hipertexto não apenas serve de suporte textual como o texto impresso, mas ainda apresenta elementos comuns ao texto impresso:
Ø  Intertextualidade;
Ø  Informatividade;
Ø  Situacionalidade;
Ø  Coerência;
Ø  Topicidade.
Como o hipertexto possui algumas diferenças, haverá algumas implicações, embora os elementos citados apareçam em ambos (texto e hipertexto).
Ø No hipertexto, a inter-relação entre textos dá-se não só pela indicação nas notas de rodapé, ao longo do texto, nas referências, como também na íntegra (levando o leitor a outro texto, ao longo da leitura, por meio de links);
Ø O hipertexto é o texto multidimensional, considerando-se o texto (impresso) como uma estrutura unidimensional;
Ø O texto tem como suporte o meio impresso (livros, revistas) ou meio eletrônico/digital, mas sem a presença de links;
Ø No hipertexto, a intertextualidade é mais explícita e incisiva, sobretudo pelo diálogo estabelecido com outros textos;
Ø No hipertexto, as associações ocorrem por intermédio dos links internos e externos e de forma não linear;
Ø A disposição tipográfica dos textos digitais/hipertextos é fator determinante para a construção do sentido e para a coerência hipertextual, isto é, o acesso às ramificações deve ser rápido e seguro, de modo que não interfira no sentido do hipertexto e em sua continuidade tópica;
Ø Caráter diferenciador da topicidade no hipertexto, a qual constrói relações de variados tipos, as quais dependem do contexto e contexto;
Ø Noção de contexto acentuadamente modificada no hipertexto (multidimensional), devido à impossibilidade de visualizar a totalidade do texto dentro dos limites da tela;
Ø O hipertexto dispõe de links e é exclusivamente eletrônico.


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